quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Saquear a paz

Eu, que sempre lia romances policiais, olhei no espelho, enxerguei uma pessoa que possui um nome definido, sobrenome.
Olho a minha volta e vejo uma realidade distante, difícil de acreditar, mas ela está ao meu alcance e me assombra. O meu pior pesadelo.
Por enquanto, pareço legal, mais planejo roubar e matar três vezes por dia, pelo menos.
Uma a cada dez pessoas desconfiam da minha própria realidade que prefiro não revelar a ninguém.
O meu próximo passo é assaltar O Banco Central, que está dentro da minha história. Pegarei minha fortuna cedida por esse tal banco e desapareço logo em seguida.
Vejo fardas, homens me perseguindo sem provas do que sou capaz de fazer.
O lugar que habito já está um caos. Não sei se sinto medo ou vergonha de minha própria cidade.
Aparentemente calma, por aqui não acontece muitas coisas. Mas veja melhor, enxergo o que as pessoas são capazes de fazer em pequenos ou grandes gestos. Elas são iguais a mim, sem paz interior e sem fé em nada.
O Banco Central não me escapa, pouco me importo com essas pessoas.
E além do mais, vou te matar, só isso. Não desejo que você sofra muito. Me contento com sua própria vida que já é um transtorno total.
Essa cidade não tem solução. Talvez seja por isso que penso dessa maneira.
Penso em te matar mas ainda não consigo. Não gosto de te ver sofrer também, e não há outro jeito.
Ao assaltar o banco, ao invés de me elevar com o dinheiro eu vou cair, para finalmente nunca mais voltar.

Eis um segredo: Eu não mato ninguém, nunca roubei e nem penso em roubar. Mas me sinto assim ultimamente. Cometi vários crimes que as leis jamais me castigariam pois sou uma cidadã comum. A meu ver parece que ja enfrentei uma tropa de um exército e todo esse teatro está apenas em minha mente. De qualquer forma, fique tranquilo, vilões sempre morrem, principalmente no fim, depois de tanto aprontar com os bonzinhos.