sábado, 29 de maio de 2010

É Real e me Faz Sofrer

A batalha começou depois de poucas semanas que minha mãe ficou sabendo que eu viria ao mundo, fazer sei lá o que. Até hoje não sei o que estou fazendo aqui. Já sei onde posso chegar, tenho em mente a visão dos meus sonhos. Consigo ver meu caminho ainda por um ângulo contraditório. Quando cheguei ao mundo parecia que tudo estava voltado para mim. Pessoas sempre atenciosas. Minha mãe? Ah, nem preciso comentar, não é verdade?

O ano passado... Lembro-me com lágrimas nos olhos, mas a vida não foi tão triste como imaginava. Agora é. E muito entediante.

Minha vida começou realmente, há pouco mais de 18 anos atrás. Mas foi o ano passado que a existência de minha vida começou a ser finalmente, justificada. No primeiro momento, percebi que a vida era real demais e muito injusta comigo. Logo depois, tive uma conclusão diferente sobre todos os acontecimentos que presenciei. E em meio aos fatos, fiquei sem saber em quem acreditar. Não sabia qual caminho era o certo para seguir em frente. Achei que era um absurdo não ter certeza de nada. Por isso resolvi escrever, de uma forma mais séria. Usei minhas incertezas como ponto de partida para meus textos. Hoje não estou fazendo diferente.

Aquele sorteio de azar está ainda apresentando muitos significados. Aquela conversa com Deus foi real. Isso não é loucura, é verdade.

Por que todos concordam comigo, quando digo que é necessário sofrer para aprender? Porque parece que ninguém acredita em sonhos, quando eu digo que eles são reais? Eles são verdadeiros sim, se não aconteceu é porque não está no momento certo. Um dia vai acontecer, escreva, lute e espere!

É uma pena que os sonhos não servem para nos mostrar o melhor caminho. Eles não são respostas. Os sonhos são a nossa simples consciência, que deve ser ouvida e respeitada.

Preciso muito tentar descobrir como eu vou parar naquela cidade tão distante daqui. Ouro Preto é a minha vida, amo mais que tudo. Quando sonhei semana passada, eu não estava em Ouro Preto, como eu ‘pensava’. Os acontecimentos logo foram me dizendo lentamente que eu não estava na cidade da minha vida e sim em outra. Mas essa informação não intimidou minhas lágrimas de emoção e muito menos minha felicidade. Meu sonho era real, descobri isso, ainda em estado utópico. Quando acordei não abandonei essa idéia que até pode ser maluca. Digitei no Google: Paracatu. Descobri o que eu tinha certeza, estive nesta cidade na noite anterior. Paracatu é mesmo uma cidade histórica, não penso em outra coisa. Eu consegui viajar dormindo, aprendi muito sobre a essa cidade, ainda dentro do meu singelo sonho. Claro, este sonho apresentou alguns acontecimentos irreais, porque era simplesmente um sonho. Descobri que eu preciso muito visitar essa cidade, ainda não sei por quê.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Vou Dizer Que Estava Sem Destino

Hoje à tarde, quando divagava pelas ruas de minha cidade "sem destino", tive a "impressão" de que já era hora de voltar para casa. Para continuar vivendo, como sempre, sem destino.
Quando avistei minha casa, ainda um pouco distante, ouvi um barulho, vindo de traz. Tive a sensação de que um suposto automóvel vinha de bem longe.
Depois me convenci que o barulho estava cruzando o mundo. Assim imaginei um avião e olhei para o céu da tarde.
Dessa vez, o barulho não me decepcionou. O avião estava se aproximando, o som mudando de timbre e ficando mais alto.
Tentei sem sucesso, descobrir quantas pessoas estavam dentro daquele avião. Enquanto ele passava, fui expulsando um grande número de pessoas desconhecidas de minha mente. Restaram apenas cinco.
O avião estava cruzando minha cidade, o barulho mudava enquanto a vida continuava na terra.
Não nego, senti inveja dessas pessoas. Todos estavam de passagem, sequer conhecem minha cidade e nem imaginam que eu existo.
Nessa tarde eu estava sem destino, ocupando minha mente com aquele singelo avião.
Quando finalmente o avião, acompanhado do ruído desapareceram por completo do céu, resolvi vislumbrar o entardecer. E mais uma vez me ocupei com pessoas que cruzavam o meu caminho - sem perceberem.
Dessa vez eram três pessoas reais, saindo do mesmo local de trabalho. Faz anos que elas lutam essa luta aparentemente parada. Rotina que quase nunca muda.
A vida se manifesta de maneiras distintas entre as pessoas. Elas são diferentes e cada uma assimila os acontecimentos do cotidiano de uma forma, muitas vezes de maneiras subversivas.
Observei o avião, imaginei as pessoas cheias de vida, vivendo. Mas não me imaginei no lugar delas.
Observei as pessoas que estavam perto de mim, me coloquei no lugar delas. Me senti mal por pensar dessa maneira. Continuei sem destino ao chegar em casa.